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Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

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Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

(Foto: Bruno Malaquias Chioca – fotografiareligiosa.com.br)

 

Solenidade: Santa Maria, Mãe de Deus

Mais um ano se vai e iniciamos outro… O ano civil, não o ano eclesiástico (mais conhecido como ano litúrgico). Para a Igreja, um novo ano se inicia desde o Primeiro Domingo do Advento, tempo em que aguardamos esperançosos a vinda do Salvador, nascido do ventre de Maria.

Curiosamente, coincide que o primeiro dia do ano civil, o dia 1º de janeiro, seja sempre a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Muitos pensarão que a Igreja Católica está equivocada em não ter nesse dia uma festa dedicada a Jesus Cristo. A questão nos parece simples. Celebrar a Maternidade Divina de Maria é, na verdade, honrar seu Filho, que a ornou da graça. Dizer que Maria é Mãe de Deus é reconhecer que Deus operou ali um gesto extraordinário.

No século V, Nestório afirmava que em Jesus Cristo havia duas naturezas, humana e divina, completamente distintas, separadas totalmente e de tal maneira que Maria era somente “portadora do Cristo”, em grego, Christotókos, sendo este um grande problema indicado inicialmente pelo monge. Por outro lado, a Igreja, representada por São Cirilo de Alexandria, defendia que sim, em Jesus Cristo, o Verbo que se fez carne, há duas naturezas – divina e humana –, distintas, mas completamente unidas e inseparáveis: uma única pessoa, duas naturezas. Maria não gerou um ser humano que depois foi “possuído” pelo Verbo. Menos ainda: Maria não gerou um homem que depois teria sido adotado pelo Pai como Filho.

Desde o primeiro instante da concepção pelo Espírito Santo, o Verbo de Deus assumiu completamente a carne humana para redimir a todo ser humano. Portanto, ela é Theotókos (grego), Mãe de Deus, Deípara (latim). Deste modo, assim como o Verbo, Segunda Pessoa da Trindade, quis entrar no tempo e na história pela Virgem Maria, também nós devemos, como filhos de Deus, iniciar nosso tempo assumindo a maternidade universal de Maria, conferida pelo próprio Jesus do alto da Cruz.

Os laços que uniam o Filho de Deus a sua Mãe não se encerraram com a morte do Senhor! O mesmo Jesus que foi amamentado por Maria está sentado em seu trono glorioso, esperando que nós, seus irmãos, imitando suas ações como outros Cristos, sejamos bons filhos desta sua Santa Mãe, segundo a carne.

Finalizamos com as palavras de um antigo hino oriental que resume bem o que foi dito. Possamos amar tão boa Mãe, nos dada em testamento pelo Filho Bem Amado:  “Verdadeiramente é digno bendizer-te, ó Mãe de Deus! Bem-aventurada imaculada para sempre, Mãe do nosso Deus! Mais venerável que os Querubins e incomparavelmente mais gloriosa que os Serafins! Tu, que conservando tua integridade, deste à luz o Verbo de Deus! Tu és na verdade Mãe de Deus! Nós te glorificamos!”

Pe. Jonatan Rocha do Nascimento

Vigário Paroquial – Paróquia Bom Pastor

 

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